domingo, 12 de setembro de 2010

O JOGO E A TÉCNICA, CAMINHOS DA EDUCAÇÃO

      O trabalho tem por objetivo alcançar o êxito (resultado), da maneira (técnica) mais breve, menos dispendiosa e mais rentável possível. O jogo, embora tendo um objetivo a alcançar, parece desenvolver-se com propósitos totalmente diferentes: descobrir novas estratégias, obedecendo determinadas regras. Só os estímulos que correspondem às nossas necessidades e capacidades nos atingem. A mente humana não consegue reter e elimina toda informação ou idéia que não cria vínculos com outras pré-existentes. A técnica de educar a criança é criar situações em que o organismo seja "forçado" a adaptar-se, já que tende ao equilíbrio físico e social. Por quê muitos indivíduos não gostam de jogar? Porque o jogo exige permanente readaptação diante de situações sempre novas. A competição foi o mecanismo inventado pelo homem para fazer o jogo permanecer como jogo. Se a competição se faz sem regras, o confronto deixa de ser um jogo para ser "agressão", ou tentativa de destruição do competidor. Qual o papel do competidor? Precisamente, evitar que a ação do adversário resvale para uma técnica, isto é, para comportamento previsível, estereotipado, padronizado, automático. Deste modo, a atividade permanece essencialmente criativa. A caça pela sobrevivência já foi uma atividade extremamente lúdica nos seus primórdios, demonstrando também que o jogo e suas estratégias fazem parte da própria natureza humana. Explorar as possibilidades estratégicas de uma estrutura de comportamento é precisamente, desenvolver a inteligência. O jogo é portanto, o grande instrumento de desenvolvimento da inteligência, donde se conclui que o trabalho (técnica) é, precisamente, o contrário. Na medida em que o trabalho, dentro de uma empresa, sobe de escalão, aumenta seu conteúdo lúdico. As reuniões para tomada de decisão, exigindo a exploração de alternativas, têm mais de lúdico do que de prático, no momento em que ocorrem. Na juventude, só há uma força que os adolescentes respeitam: seu grupo. Os adolescentes delinqüentes não vivem em grupo, mas em bandos dominados por um caudilho. Infelizmente, o homem pode fixar reflexos condicionados. O homem pode virar máquina. Para ensinar a trabalhar basta fixar reflexos, enquanto ensinar a pensar é um desafio. Conservar a flexibilidade mental é, precisamente, a condição de fazer combinações, isto é, de ser inteligente. Ser inteligente dá muito trabalho. Os animais, quase sempre, têm um instinto para cada necessidade específica do organismo. O homem não foi feito assim; diante de cada necessidade, tem que inventar a solução, se já não possui um hábito. O indivíduo que tem medo da inteligência, o que desejaria ser de fato, era um animal qualquer. Ao que parece, quando a busca do êxito transforma-se em busca da verdade, da beleza e do bem, aumenta a ludicidade e diminui a tecnicidade, por onde se pode ver que brincar é a verdadeira finalidade da vida do homem. Há, pois, duas maneiras de educar: 1. Educar pela técnica (transmitir automatismos, hábitos motores, verbais e mentais) e 2. Educar pela inteligência (provocar permanente busca de novas soluções, estimular as diversões estratégicas, criar situações que exijam a exploração ao máximo das possibilidades procedurais da estrutura de comportamento). Como se vê, educar pela inteligência é educar pelo jogo. Obviamente, o jogo por si mesmo não é suficiente sem a figura do professor consciente. É muito comum encontrarmos atletas de altíssimo nível técnico motor fracassarem em suas equipes e até em suas vidas, pois desenvolvem estratégias rudimentares ou simplesmente não têm capacidade de criá-las. A educação pela inteligência propõe que o próprio educando construa suas estratégias motoras, verbais e mentais. "Um dia, provavelmente, o conceito de educação estará estritamente ligado ao de jogo" (Jean Piaget).

 
Bibliografia

1. Educação - Ajudar a Pensar, Sim. Conscientizar, Não. Dom Lourenço de Almeida Prado OSB - Agir – 1991

2. Piaget para Principiantes. Lauro de Oliveira Lima - Summus Editorial – 1980

3. Piaget ao Alcance dos Professores.C.M. Charles - Fearon Publishing Inc. – 1974

4. Values of The Game. Bill Bradley - Broadway Books - 1998

Adaptação do Texto de Rogério Werneck 2004

Esporte e a Educação

       O ser humano é a criatura mais frágil ao nascer. Depende dos mais velhos para se alimentar, aprender a andar, a pensar e a se comunicar. Ele nasce com um potencial inesgotável, contudo, sem adequado auxílio, não realiza-o. Educação é exatamente o processo de transformação destes potenciais das crianças e dos jovens em valores assumidos e praticados por eles. A educação é um processo que deve ocorrer na direção do interior para o exterior, sem imposição, respeitando-se e objetivando-se a liberdade da mente do ser humano. O ser humano educado deve ser capaz de discernir, criar, compreender a si mesmo e aos outros, viver e conviver harmoniosamente.


     O compromisso e o tempo de dedicação aos filhos é cada vez mais limitado. A tarefa de educar vem sendo delegada, de forma extrema, às escolas, pelos responsáveis. A professora recebe uma tarefa crescentemente mais complexa, ao passo que seu trabalho vem sendo depreciado pela própria sociedade que lhe outorga este crucial desafio. Muitos métodos de ensino ditos modernos pretendem substituir a figura do mestre. Ao contrário, sua importância só tem aumentado. A invenção da imprensa por Gutenberg em 1450 gerou na época a idéia de que a educação sobreviveria sem o mestre, o que demonstrou ser exatamente o inverso. A atual revolução da internet parece para muitos desavisados ser a solução para a educação. O mestre será sempre a peça chave e imprescindível para o garimpo das riquezas existentes no interior de cada aluno. É neste pilar que devemos nos apoiar para desenvolvermos uma sociedade sadia.

     A educação ineficaz torna a mente humana vulnerável, incapaz de decidir e agir de maneira positiva perante si mesma e ao seu meio. Suas potencialidades ao nascer não são adequadamente estimuladas. Cresce fisicamente, porém, mantém seu estado débil, tornando-se fonte de confusões internas e sociais. Nenhum animal, inclusive o homem, é violento, salvo se, profundamente, frustrado em seus objetivos.

     Conscientes deste vácuo na obrigação e respeito às crianças e jovens para que tenham sucesso como seres humanos plenos, alguns mestres têm dedicado suas vidas à tarefa de educar em condições de risco e de pobreza. Não é sem razão que podemos afirmar que "Educação é Amor". Os mais velhos devem respeito aos mais moços, principalmente no que diz respeito ao direito destes de tornarem-se realmente gente. Eis a tarefa mais árdua e urgente de nossos tempos.

     O ser humano foi feito para correr, saltar e arremessar. Não há limites ao desenvolvimento do corpo e da mente neste esporte.

     A quadra esportiva é o "mundo" em que vivemos, nos expressamos, nos relacionamos, decidimos e lutamos. Nossas tristezas e alegrias, forças e fraquezas são ali experimentadas, fazendo do dia a dia, nos treinos e nos jogos, momentos inesquecíveis. Este espaço deve ser tratado com muito zelo, pois é a oficina na qual construímos boa parte de nossa personalidade e inteligência.

     A bola assemelha-se ao amor. A capacidade de jogar sem a bola deve ser encarada como altruísmo, aquele desprendimento sadio em respeito aos outros e ao grupo. Em contrapartida, o excesso da necessidade da posse de bola pode caracterizar o egoísmo, o qual torna o mundo tão pequeno, centrado em nós mesmos.

     O principal adversário num jogo, assim como em nossas vidas, somos nós mesmos. As vitórias são construídas a cada ponto. Independente dos resultados das partidas ou campeonatos, somos sempre vencedores quando lutamos. A prática esportiva tem o poder de transformar os atletas mais dedicados em grandes pessoas. Estes são os que descobriram e lutaram sempre contra o real adversário que estava dentro deles mesmos. A dedicação contínua, estafante e muitas vezes solitária, produz os valores que norteiam nossas vidas.

     Nos diversos tipos e ritmos de dribles somos capazes de aperfeiçoar o auto-conhecimento e a auto-estima. A rapidez e a agilidade destes movimentos dependem da capacidade de anteciparmos os obstáculos à frente, além da clara determinação de onde queremos chegar. Esta capacidade só é possível através de uma leitura sóbria e clara do passado e da sua retenção na memória. O drible sem um objetivo pré-definido é uma vaidade. A busca da perfeição consiste em saber compartilhar ou assumir a responsabilidade isolada, quando necessário, no momento correto.

     Os passes existem naturalmente pela necessidade humana de ser social. A troca deve ser equilibrada, fazendo de todos participantes ativos da equipe. Os diversos tipos de passes, assim como a qualidade e a quantidade em que são efetuados, refletem a capacidade de doação de cada um. Já a recepção do passe deve ser suave e firme, com o propósito de acolher a iniciativa do outro, dando continuidade ao espetáculo. A assistência é o ponto culminante do passe, onde o prazer de ser útil atinge a sua máxima intensidade no sucesso do outro.

     As finalizações simbolizam o final de uma etapa. Podem ser considerados como a última decisão individual de um conjunto de decisões coletivas já tomadas. Não devemos temer o erro, já que este é inerente ao ser humano. Permanecer na dúvida e não agir é a pior das decisões. O sucesso nas finalizações depende da postura, do equilíbrio e da concentração. Muitas barreiras foram superadas até ali. A qualidade das decisões deve ser crescente frente às dificuldades subseqüentes. As finalizações efetuadas no momento certo são uma contribuição ativa do indivíduo ao grupo. Mesmo que este erre, haverá uma reação de apoio conjunta dos demais na briga pelo rebote de ataque, assim como na transição para a defesa. O perdão corresponde ao mais alto nível de desenvolvimento mental, por corresponder à compreensão absoluta do "erro" do outro.

     Os rebotes de defesa e de ataque são a prova de que para cada erro há uma oportunidade de crescimento e vitória. Para o domínio da bola no rebote, é preciso posicionamento adequado. Entretanto, para estarmos aptos às melhores oportunidades, precisamos acreditar sempre no rebote. Estas oportunidades ocorrem de maneira aleatória, quando devemos nos movimentar com agilidade para dominá-las com suavidade e força. Assim, fazemos de cada erro nosso ou de outros um reinício de caminhada mais madura e consciente.

     A capacidade de enganar os outros, por meio de fintas, torna-se uma arma poderosa dos craques. Para sermos bem sucedidos, será necessária a "leitura" do adversário de forma rápida e profunda. Contudo, na ânsia de enganar os outros, não podemos perder nossa própria identidade. Os movimentos rápidos, com e sem a bola, são nossas armas contra situações adversas em quadra. Devemos agir primeiro e não apenas reagir, para superar nossos adversários. Estando na defesa ou no ataque, cuide do seu destino, antes que alguém o faça.

     O conjunto destes diversos fatores não poderia deixar de resultar no enriquecimento pessoal. A equipe é uma escola que nos faz compreender melhor o mistério da vida, a viver e a conviver. Quem experimenta a verdadeira liberdade não aceita mais ser escravo de vícios. O esporte, através das virtudes treinadas e colocadas à prova, é um rico caminho de evolução e reabilitação para muitos. Educação e Esporte, duas palavras que interagem e convergem, criando um horizonte para aqueles que as experimentam na prática diária.

     O ser humano é a criatura mais frágil ao nascer. Depende dos mais velhos para se alimentar, aprender a andar, a pensar e a se comunicar. Ele nasce com um potencial inesgotável, contudo, sem adequado auxílio, não realiza-o. Educação é exatamente o processo de transformação destes potenciais das crianças e dos jovens em valores assumidos e praticados por eles. A educação é um processo que deve ocorrer na direção do interior para o exterior, sem imposição, respeitando-se e objetivando-se a liberdade da mente do ser humano. O ser humano educado deve ser capaz de discernir, criar, compreender a si mesmo e aos outros, viver e conviver harmoniosamente.


     O compromisso e o tempo de dedicação aos filhos é cada vez mais limitado. A tarefa de educar vem sendo delegada, de forma extrema, às escolas, pelos responsáveis. A professora recebe uma tarefa crescentemente mais complexa, ao passo que seu trabalho vem sendo depreciado pela própria sociedade que lhe outorga este crucial desafio. Muitos métodos de ensino ditos modernos pretendem substituir a figura do mestre. Ao contrário, sua importância só tem aumentado. A invenção da imprensa por Gutenberg em 1450 gerou na época a idéia de que a educação sobreviveria sem o mestre, o que demonstrou ser exatamente o inverso. A atual revolução da internet parece para muitos desavisados ser a solução para a educação. O mestre será sempre a peça chave e imprescindível para o garimpo das riquezas existentes no interior de cada aluno. É neste pilar que devemos nos apoiar para desenvolvermos uma sociedade sadia.

     A educação ineficaz torna a mente humana vulnerável, incapaz de decidir e agir de maneira positiva perante si mesma e ao seu meio. Suas potencialidades ao nascer não são adequadamente estimuladas. Cresce fisicamente, porém, mantém seu estado débil, tornando-se fonte de confusões internas e sociais. Nenhum animal, inclusive o homem, é violento, salvo se, profundamente, frustrado em seus objetivos.

     Conscientes deste vácuo na obrigação e respeito às crianças e jovens para que tenham sucesso como seres humanos plenos, alguns mestres têm dedicado suas vidas à tarefa de educar em condições de risco e de pobreza. Não é sem razão que podemos afirmar que "Educação é Amor". Os mais velhos devem respeito aos mais moços, principalmente no que diz respeito ao direito destes de tornarem-se realmente gente. Eis a tarefa mais árdua e urgente de nossos tempos.

     O ser humano foi feito para correr, saltar e arremessar. Não há limites ao desenvolvimento do corpo e da mente neste esporte.

     A quadra esportiva é o "mundo" em que vivemos, nos expressamos, nos relacionamos, decidimos e lutamos. Nossas tristezas e alegrias, forças e fraquezas são ali experimentadas, fazendo do dia a dia, nos treinos e nos jogos, momentos inesquecíveis. Este espaço deve ser tratado com muito zelo, pois é a oficina na qual construímos boa parte de nossa personalidade e inteligência.

     A bola assemelha-se ao amor. A capacidade de jogar sem a bola deve ser encarada como altruísmo, aquele desprendimento sadio em respeito aos outros e ao grupo. Em contrapartida, o excesso da necessidade da posse de bola pode caracterizar o egoísmo, o qual torna o mundo tão pequeno, centrado em nós mesmos.

     O principal adversário num jogo, assim como em nossas vidas, somos nós mesmos. As vitórias são construídas a cada ponto. Independente dos resultados das partidas ou campeonatos, somos sempre vencedores quando lutamos. A prática esportiva tem o poder de transformar os atletas mais dedicados em grandes pessoas. Estes são os que descobriram e lutaram sempre contra o real adversário que estava dentro deles mesmos. A dedicação contínua, estafante e muitas vezes solitária, produz os valores que norteiam nossas vidas.

     Nos diversos tipos e ritmos de dribles somos capazes de aperfeiçoar o auto-conhecimento e a auto-estima. A rapidez e a agilidade destes movimentos dependem da capacidade de anteciparmos os obstáculos à frente, além da clara determinação de onde queremos chegar. Esta capacidade só é possível através de uma leitura sóbria e clara do passado e da sua retenção na memória. O drible sem um objetivo pré-definido é uma vaidade. A busca da perfeição consiste em saber compartilhar ou assumir a responsabilidade isolada, quando necessário, no momento correto.

     Os passes existem naturalmente pela necessidade humana de ser social. A troca deve ser equilibrada, fazendo de todos participantes ativos da equipe. Os diversos tipos de passes, assim como a qualidade e a quantidade em que são efetuados, refletem a capacidade de doação de cada um. Já a recepção do passe deve ser suave e firme, com o propósito de acolher a iniciativa do outro, dando continuidade ao espetáculo. A assistência é o ponto culminante do passe, onde o prazer de ser útil atinge a sua máxima intensidade no sucesso do outro.

     As finalizações simbolizam o final de uma etapa. Podem ser considerados como a última decisão individual de um conjunto de decisões coletivas já tomadas. Não devemos temer o erro, já que este é inerente ao ser humano. Permanecer na dúvida e não agir é a pior das decisões. O sucesso nas finalizações depende da postura, do equilíbrio e da concentração. Muitas barreiras foram superadas até ali. A qualidade das decisões deve ser crescente frente às dificuldades subseqüentes. As finalizações efetuadas no momento certo são uma contribuição ativa do indivíduo ao grupo. Mesmo que este erre, haverá uma reação de apoio conjunta dos demais na briga pelo rebote de ataque, assim como na transição para a defesa. O perdão corresponde ao mais alto nível de desenvolvimento mental, por corresponder à compreensão absoluta do "erro" do outro.

     Os rebotes de defesa e de ataque são a prova de que para cada erro há uma oportunidade de crescimento e vitória. Para o domínio da bola no rebote, é preciso posicionamento adequado. Entretanto, para estarmos aptos às melhores oportunidades, precisamos acreditar sempre no rebote. Estas oportunidades ocorrem de maneira aleatória, quando devemos nos movimentar com agilidade para dominá-las com suavidade e força. Assim, fazemos de cada erro nosso ou de outros um reinício de caminhada mais madura e consciente.

     A capacidade de enganar os outros, por meio de fintas, torna-se uma arma poderosa dos craques. Para sermos bem sucedidos, será necessária a "leitura" do adversário de forma rápida e profunda. Contudo, na ânsia de enganar os outros, não podemos perder nossa própria identidade. Os movimentos rápidos, com e sem a bola, são nossas armas contra situações adversas em quadra. Devemos agir primeiro e não apenas reagir, para superar nossos adversários. Estando na defesa ou no ataque, cuide do seu destino, antes que alguém o faça.

     O conjunto destes diversos fatores não poderia deixar de resultar no enriquecimento pessoal. A equipe é uma escola que nos faz compreender melhor o mistério da vida, a viver e a conviver. Quem experimenta a verdadeira liberdade não aceita mais ser escravo de vícios. O esporte, através das virtudes treinadas e colocadas à prova, é um rico caminho de evolução e reabilitação para muitos. Educação e Esporte, duas palavras que interagem e convergem, criando um horizonte para aqueles que as experimentam na prática diária.

Adaptação do Texto de Rogério Werneck 2004

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

FICHA ANTROPOMÉTRICA NA ESCOLA

É um material que pode ser usado por professores que tenham alunos com idade a partir de 2 anos.
Divirta-se!

Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano ISSN 1980-0037


Rev. Bras.Cineantropom. Desempenho Hum. 2007;9(1):107-114

FICHA ANTROPOMÉTRICA NA ESCOLA:

O QUE MEDIR E PARA QUE MEDIR?

A SCHOOL ANTHROPOMETRIC RECORD CARD: WHAT SHOULD BE

MEASURED AND WHY MEASURE IT?

RESUMO

O presente estudo tem como objetivo propor um modelo de Ficha Antropométrica Escolar (FAE), fundamentado nos

critérios e protocolos utilizados pela antropometria. Este modelo buscou responder a questionamentos como: o que e para que

medir, visando contribuir para a efetivação de uma proposta coerente com as tendências atuais, que visam à educação para a

adoção de um estilo de vida saudável. Para a construção deste modelo observou-se o contexto educacional brasileiro, a fi m de

apresentar alternativas de ampliação e inserção dentro de uma perspectiva interdisciplinar. A implantação de uma sistemática de

avaliação antropométrica na escola é de fundamental importância, pois possibilita o acompanhamento do crescimento e a detecção

de fatores de risco para o desenvolvimento de doenças, que tem início em idades cada vez mais precoces. Deste modo, foram

abordados tópicos referentes a medidas antropométricas no âmbito escolar; a fundamentação e a proposição de um modelo de

FAE; os procedimentos de medidas, interpretações e recomendações. A FAE é destinada aos professores de Educação Física e

demais profi ssionais da saúde, pesquisadores e a todos os educadores interessados na promoção de um estilo de vida saudável,

com ênfase nos aspectos de crescimento e fatores de risco às doenças relacionadas, principalmente, ao excesso de peso e

transtornos alimentares. Acredita-se que o apoio pedagógico das instituições de ensino são fatores determinantes para o sucesso

na implantação da FAE, como parte integrante do projeto político pedagógico das escolas.

Palavras-chave: Antropometria; Criança; Educação; Ficha antropométrica.

ABSTRACT

The objective of this study is to propose a model for a School Anthropometric Record Card (SARD), based on the

criteria and protocols used in anthropometry. This model aims to answer questions such as: what to measure and why measure,

aiming to contribute to the implementation of a proposal that would be coherent with current tendencies, which aim at educating

students to adopt a healthy lifestyle. In order to construct this model, note was taken of the Brazilian educational context, in order

to offer alternatives for expansion and inclusion within a multidisciplinary perspective. The implementation in schools of a system

for anthropometric assessment is of fundamental importance since it would allow for growth to be monitored and risk factors for

the detection of the development of diseases, which have onset at ever younger ages. Therefore, topics were discussed relating

to anthropometric measurements in a school environment and the proposal of a SARD model, in addition to the procedures for

measurement, interpretation and recommendation. The SARD is aimed at Physical Education teachers and other health professionals,

researchers and all educators with an interest in promoting a healthy lifestyle, with emphasis on features of growth and on risk factors

for diseases, particularly those related to overweight and eating disorders. It is believed that the support of educational institutions

is a determinant factor for the success of implementing a SARD as an integral part of schools’ educational policy projects.

Key words: Anthropometry; Child; Education; Anthropometric record card.

1 NUPAF – Núcleo de Pesquisa em Atividade Física e Saúde – UFSC

2 Professor Auxiliar da Universidade do Estado da Bahia – Campus XII

3 Núcleo de Pesquisa em Cineantropometria e Desempenho Humano – NuCIDH/UFSC

Carmem Cristina Beck1

Ilca Maria Saldanha Diniz1

Marcius de Almeida Gomes2

Édio Luiz Petroski3

Ponto de vista

108 Beck et al.

Rev. Bras.Cineantropom. Desempenho Hum. 2007;9(1):107-114

INTRODUÇÃO

Definida como a técnica para expressar

quantitativamente a forma do corpo, a antropometria

é a atividade ou prática científica relativa à observação,

quantificação e análise do crescimento somático

humano, sendo um dos fundamentos para construção

de uma normatividade das práticas de saúde, seja

clínica ou epidemiológica, individual ou coletiva1.

Diversas pesquisas2-6 têm relatado as contribuições

da antropometria para o crescimento e desenvolvimento

humano, seja na identificação dos fatores de

risco relacionados às doenças, como na avaliação dos

aspectos maturacionais e nutricionais.

Sugerir um modelo de ficha antropométrica para

a escola que responda a questionamentos como: o que

medir e para que medir é de fundamental importância na

construção de metodologias adequadas a este contexto,

contribuindo para a efetivação de uma proposta educativa

institucional coerente com as tendências atuais.

No entanto, existem limitações na utilização da

antropometria no âmbito escolar, devido principalmente

à falta de uma proposta que consiga assegurar e

ampliar o papel da mesma para a Educação Física e

seus conteúdos.

Deste modo, abordaram-se aspectos práticos,

fundamentados nos critérios e protocolos da

antropometria, que buscam indicar caminhos para

superação destas limitações de forma simples e

concisa.

MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS NO ÂMBITO

ESCOLAR

A realização de medidas antropométricas no

âmbito escolar tem se tornado uma prática constante

de estudiosos em todo Brasil. E, apesar da escola

apresentar características apropriadas para realização

de pesquisas com crianças e adolescentes esta prática

acontece de forma dissociada à realidade da educação

física escolar, dificultando uma utilização que dê

sentido a mensuração.

A escola, como campo de pesquisa, tem

possibilitado ampliar as descobertas sobre as

conseqüências provocadas pela mudança do estilo de

vida nas gerações a cada década. Observa-se também,

que a utilização da antropometria na escola, colabora

para a compreensão das mudanças ocorridas no

crescimento e no desenvolvimento humano, bem como

possibilita a detecção de possíveis anormalidades e/ou

enfermidades7.

Segundo a OMS8 os níveis de crescimento físico

entre crianças e adolescentes podem ser considerados

internacionalmente como um dos mais importantes

indicadores, tanto da qualidade de vida de um país,

quanto da extensão de distorções existentes em uma

mesma população, em seus diferentes subgrupos.

Waltrick9 reforça que atualmente não se admite

uma boa assistência à criança sem o controle do seu

crescimento. Enquanto, Bray & Bouchard10 destacam

que a principal motivação para o estudo da composição

corporal em crianças e adolescentes reside no

especial interesse em se obter informações quanto

ao fracionamento do peso corporal em seus diversos

componentes, tendo em vista a estreita relação

existente entre a quantidade e a distribuição da gordura

e alguns indicadores de saúde.

Nota-se então, que o uso da antropometria na

escola está aliado à teoria da atividade física relacionada

à saúde, que apresenta algumas divergências no

campo profissional, por entender que esta concepção

delimita a exploração de outras abordagens, como as

questões sociais e culturais.

No entanto, a utilização da FAE como instrumento

pedagógico na educação física escolar amplia a

possibilidade de discussão dos diversos contextos

(sociais, culturais e biológicos), contribuindo para

uma efetiva intervenção. Pois, somente mensurando e

registrando que se é capaz de detectar em que direção

à saúde dos escolares está caminhando.

PROPOSIÇÃO DE UM MODELO DE FAE

A própria Organização Mundial da Saúde

(OMS)11 preconiza que estudos envolvendo crianças e

adolescentes utilizem avaliações antropométricas para

verificar o estado nutricional, bem como para realizar

o controle e monitoramento do seu crescimento,

possibilitando assim, a detecção precoce de disfunções

orgânicas, fatores de risco para doenças crônicas,

estados de subnutrição ou de obesidade.

A Educação Física tem passado por muitas

transformações nos últimos anos, deixando de enfatizar

apenas o desenvolvimento da aptidão física relacionada

ao desempenho para incluir a aptidão física relacionada

à saúde. Observa-se que a Educação Física escolar,

embasada nesta necessidade emergente, está inserindo

gradativamente, conteúdos pedagógicos relacionados à

atividade física para a promoção da saúde.

Ao se implementar uma proposta de educação

física escolar que possibilite o desenvolvimento de um

estilo de vida saudável, faz-se necessário identificar os

comportamentos de risco e assim, estimular e conduzir

a alteração de hábitos negativos durante a infância e

a adolescência. Neste contexto, a antropometria pode

servir como uma valiosa ferramenta na prática do

professor de educação física, provocando mudanças

de comportamento e proporcionando a aquisição de

hábitos positivos à saúde de seus alunos.

Deste modo, para elaboração e recomendação da

FAE realizou-se uma análise exploratória, no Colégio de

Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina,

onde se observou uma evolução histórica da avaliação

antropométrica de 1971 a 2005. No período de 1971 a

1978 as medidas coletadas na ficha antropométrica eram

sugeridas e acompanhadas pelo Ministério da Educação

e Cultura do Brasil e a partir da década de 90 ocorreu a

informatização da ficha antropométrica na escola.

Observam-se, aqui no Brasil, algumas limitações

na interpretação de dados antropométricos em escolares

brasileiros, diante da ausência de referências nacionais

Ficha antropométrica na escola: o que medir e para que medir? 109

para classificação. No entanto, a ausência de tabelas

interpretativas nacionais não deve se transformar

em barreiras que impossibilitem a viabilização desta

proposta. Detectar os possíveis problemas de saúde

o mais precocemente possível e sugerir ações que

possam auxiliar na promoção do bem-estar da criança,

do adolescente e do jovem justificam a inclusão de

avaliações antropométricas desde cedo nas escolas,

academias, clubes, clínicas e hospitais12.

Existem algumas dificuldades em sistematizar

um modelo de ficha antropométrica que contemple

as diversidades regionais, econômicas, culturais e

sociais em um país com dimensões continentais.

No entanto, observando as propostas existentes e

prevendo uma flexibilização, quando necessário, é

possível elaborar um modelo plausível, válido, de baixo

custo e de fácil utilização, que permita aos professores

da Educação Física escolar acompanhar aspectos

de crescimento, desenvolvimento e implantação de

hábitos saudáveis.

A utilização da antropometria na escola é

justificada pelos seguintes aspectos:

1. Permite identificar riscos à saúde associados

à índices excessivamente altos ou baixos de gordura

corporal;

2. Proporciona o monitoramento de mudanças na

composição corporal, associadas aos processos de

crescimento, desenvolvimento, maturação e idade;

3. Propicia o acompanhamento das variáveis

relacionadas ao crescimento e desenvolvimento físico

em relação à idade cronológica e maturacional;

4. Possibilita a identificação de disfunções no

crescimento ou de perfil morfológico de risco13.

Apesar das justificativas serem fundamentadas

nas ciências da saúde não se deve pensar no emprego

da FAE apenas sob o aspecto biológico, pois a

utilização da antropometria na escola apresenta a

possibilidade de discussão do cotidiano, abordando

temáticas atuais dos problemas de saúde (desnutrição,

obesidade, crescimento, estilo de vida, dentre outros),

relacionados às diferenças sócio-culturais e ampliando o

conhecimento dentro de uma proposta interdisciplinar.

Referindo-se ao excesso de peso, estudos

epidemiológicos14,15 mostram que a obesidade, na

infância e na adolescência, pode ser considerada

uma doença grave que não apenas predispõe a

obesidade do adulto, como também traz consigo suas

conseqüências.

Os riscos relacionados à obesidade dependem

não somente da presença de tecido adiposo, mais

também de sua distribuição, em particular a abdominal14.

Assim, circunferência abdominal aumentada também

traz complicações freqüentes em pessoas obesas. A

adiposidade abdominal está associada ao aumento

de doenças metabólicas, de hipertensão arterial e de

risco cardiovascular.

No entanto, para a utilização da antropometria

em ambientes escolares, os profissionais de educação

física devem assegurar confidencialidade, discutindo

os resultados individuais apenas com a criança e/ou

adolescente e seus pais. Os resultados e interpretações

do grupo poderão ser abordados durante as aulas

de forma generalizada, proporcionando reflexões e

direcionando a prática docente.

O modelo apresentado neste trabalho (Quadro 1)

sugere os seguintes componentes:

• Identificação: com dados pessoais do aluno

(nome, sexo, idade, data nascimento e filiação) e

referências da escola (instituição de ensino);

• Dados antropométricas: com medidas de massa

corporal (peso), estatura (altura), circunferência de cintura

(CC), dobras cutâneas (tríceps e subescapular);

• Resultados: com o cálculo do Índice de Massa

Corporal (IMC= Peso (kg) /Altura em metros ao

quadrado), percentual de gordura (somatório das

dobras cutâneas tríceps e subescapular), percentual de

massa magra e massa magra em quilogramas; e

• Observações e Recomendações.

PROCEDIMENTOS DE MEDIDAS

A seguir serão apresentados os procedimentos,

protocolos e recomendações, para o preenchimento

das medidas antropométricos da FAE como forma de

uniformizar as coletas dos dados.

Massa Corporal

Também conhecida como peso corporal, é uma

medida antropométrica que expressa a dimensão da

massa ou volume corporal.

Procedimento: o avaliador posiciona-se em

pé de frente para escala de medida; o avaliado em

pé (posição ortostática), deve subir na plataforma,

cuidadosamente, colocando um pé de cada vez

e posicionando-se no centro da mesma, ombros

descontraídos e braços soltos lateralmente16.

Material utilizado: balança com precisão de 100

gramas ou menor.

Propósito: a medida de peso pode ser utilizada

para acompanhar o processo de crescimento do

aluno, servindo como um bom indicador nutricional,

relacionando com a idade, sexo e estatura.

Estatura

Também conhecida como altura, é um indicador

do desenvolvimento corporal e comprimento ósseo.

Procedimento: O avaliador posiciona-se em pé

ao lado direito do avaliado, se necessário subir num

banco para realizar a medida; o avaliado em posição

ortotástica, pés descalços e unidos, procurando por

em contato com instrumento de medida as superfícies

posteriores do calcanhar, cintura pélvica, cintura

escapular e região occipital, com a cabeça orientada no

plano de Frankfurt. O cursor ou esquadro, num ângulo

de 90º em relação à escala, toca o ponto mais alto da

cabeça no final de uma inspiração, onde se realiza a

leitura em metros16.

Material utilizado: estadiômetro ou fita métrica

afixada a uma parede plana sem rodapé e esquadro.

Propósito: considerado como o maior indicador

110 Beck et al.

Rev. Bras.Cineantropom. Desempenho Hum. 2007;9(1):107-114

do desenvolvimento corporal e comprimento ósseo.

Importante na verificação de doenças, estado

nutricional e na seleção de atletas.

Circunferência de Cintura (CC)

Representa uma medida da distribuição de

gordura na região central do corpo.

Procedimento: O avaliador posiciona-se de frente

para o avaliado (posição ortostática), passa-se a fita

métrica em torno do avaliado, tendo-se o cuidado de

manter a mesma no plano horizontal. A medida é na

parte mais estreita do tronco, no nível da cintura “natural”.

A leitura é realizada após uma expiração normal17.

Material utilizado: fita métrica flexível ou trena.

Propósito: valores elevados desta variável estão

fortemente associados a inúmeras doenças (diabetes,

doenças cardiovasculares, etc.), e ao aumento da

morbidade e mortalidade da população.

Dobras Cutâneas (DC)

As dobras cutâneas ou pregas cutâneas, como

também são conhecidas, medem indiretamente a

espessura do tecido adiposo subcutâneo.

Procedimento:

1- DC Tríceps: a partir da referência anatômica

traça-se uma linha horizontal e imaginária até a

face posterior do braço (tríceps), onde marca-se o

ponto. Deve-se pinçar a dobra verticalmente ao eixo

longitudinal. Esta dobra deve ser destaca com o polegar

esquerdo e com o dedo indicador na linha marcada. O

avaliador se posiciona atrás do avaliado, enquanto o

avaliado encontra-se na posição ortostática17.

2- DC Subescapular : dobra é pinçada

obliquamente ou diagonalmente a partir da referência

anatômica (dois centímetros abaixo do ângulo inferior

da escápula), seguindo a orientação dos arcos

costais. A posição do avaliador e do avaliado idem ao

procedimento anterior17.

INTERPRETAÇÃO E RECOMENDAÇÃO DA FAE

Depois de realizadas as medidas sugeridas pela

Ficha Antropométrica Escolar (FAE) (quadro 1), devese

identificar as variáveis da composição corporal para

interpretação dos resultados e recomendações.

O crescimento físico (peso e altura), o índice de

massa corporal, o percentual de gordura e de massa

magra e a circunferência de cintura são as variáveis

descritas neste protocolo. Depois de realizadas as

medidas e os cálculos sugere-se que sejam analisadas

conforme critérios de classificação utilizados para

crianças e adolescentes.

Dentre as várias propostas de interpretação dos

resultados antropométricos para escolares, sugere-

Quadro 1: Ficha Antropométrica Escolar (FAE)

Quadro 1. Ficha Antropométrica Escolar (FAE)

FICHA ANTROPOMÉTRICA

ESCOLA:

NOME: DATA DE NASCIMENTO [ ] SEXO [M] [F]

dia/mês/ano

FILIAÇÃO:

I II III IV V VI VII

SERIE



Medida - dia/mês/ano

12/12/2005

Massa corporal (Kg)

50

Estatura (cm)

148

Perímetro cintura (cm)

50

DC TR (mm)

15

DC SE (mm)

26

DC PM (mm)

20

IMC

22,83

DC TR +SE

41

% DE GORDURA

33%

% MCM

67%

AVALIADOR

Prof. Ana

OBSERVAÇÕES:

RECOMENDAÇÕES:

ANTROPOMETRIA

AVALIAÇÕES

RESULTADOS

Ficha antropométrica na escola: o que medir e para que medir? 111

se para este modelo de FAE os seguintes critérios de

análise:

• Acompanhar o crescimento físico por meio das

curvas percentílicas19 igualmente recomendadas pelo

Ministério da Saúde do Brasil20;

• Para o IMC, os pontos de corte sugeridos por Cole et

al.21 (Quadro 2) ou Conde e Monteiro22 (Quadro 3);

• Para o percentual de gordura referências de Lohman23,24

(Figura 1);

• Para a circunferência de cintura os pontos de corte em

percentis segundo Fernandéz et al.25 (Quadro 4 e 5)

A seguir será apresentado um passo a passo para

interpretação do procedimento após a mensuração dos

dados propostos pela FAE, para tanto, será utilizado

um exemplo demonstrativo:

Exemplo: Escolar (adolescente), 11 anos, sexo

feminino.

Passo 1 - Após a verificação das medidas de

massa corporal e estatura, comparam-se com as

curvas de crescimento propostas pelo CDC/NCHS

considerando-se o sexo. Os gráficos de massa corporal

e estatura encontram-se disponíveis no “site” abaixo:

http://www.cdc.gov/nchs/data/series/sr_11/sr11_246.pdf

• Meninos 2 a 20 anos: massa corporal (p. 27), estatura

(p. 29);

• Meninas 2 a 20 anos: massa corporal (p. 28), estatura

(p. 30).

Traça-se uma linha horizontal identificando a

massa corporal e uma linha vertical a idade. Para a

estatura, traça-se, igualmente, uma linha horizontal

(estatura) e uma vertical (idade), onde as interseções das

linhas corresponderão ao valor do percentil da massa

corporal e da estatura do escolar, respectivamente.

Quadro 2. Pontos de Corte de IMC sugeridos para

sobrepeso e obesidade. Cole et al. (2000)

Idade

(anos)

SOBREPESO OBESIDADE

Masculino Feminino Masculino Feminino

2 18,41 18,02 20,09 19,81

2,5 18,13 17,76 19,80 19,55

3 17,89 17,56 19,57 19,36

3,5 17,69 17,40 19,39 19,23

4 17,55 17,28 19,29 19,15

4,5 17,47 17,19 19,26 19,12

5 17,42 17,15 19,30 19,17

5,5 17,45 17,20 19,47 19,34

6 17,55 17,34 19,78 19,65

6,5 17,71 17,53 20,23 20,08

7 17,92 17,75 20,63 20,51

7,5 18,16 18,03 21,09 21,01

8 18,44 18,35 21,60 21,57

8,5 18,76 18,69 22,17 22,18

9 19,10 19,07 22,77 22,81

9,5 19,46 19,45 23,39 23,46

10 19,84 19,86 24,00 24,11

10,5 20,20 20,29 24,57 24,77

11 20,55 20,74 25,10 25,42

11,5 20,89 21,20 25,58 26,05

12 21,22 21,68 26,02 26,67

12,5 21,56 22,14 26,43 27,24

13 21,91 22,58 26,84 27,76

13,5 22,27 22,98 27,25 28,20

14 22,62 23,34 27,63 28,57

14,5 22,96 23,66 27,96 28,87

15 23,29 23,94 28,30 29,11

15,5 23,60 24,17 28,60 29,29

16 23,90 24,37 28,88 29,43

16,5 24,19 24,54 29,14 29,56

17 24,46 24,70 29,41 29,69

17,5 24,73 24,85 29,70 29,84

18 25 25 30 30

Quadro 3. Pontos de corte para IMC para baixo peso,

excesso de peso e obesidade. Conde e Monteiro (2006)

Idade

meses

Masculino Feminino

BP EP OB BP EP OB

24,0 13,77 19,17 21,98 13,95 18,47 20,51

24,5 13,77 19,13 21,94 13,94 18,43 20,47

30,5 13,76 18,76 21,53 13,87 18,03 20,00

36,5 13,70 18,45 21,21 13,76 17,70 19,64

42,5 13,61 18,20 20,98 13,66 17,44 19,38

48,5 13,50 18,00 20,85 13,55 17,26 19,22

54,5 13,39 17,86 20,81 13,46 17,14 19,15

60,5 13,28 17,77 20,85 13,37 17,07 19,16

66,5 13,18 17,73 20,98 13,28 17,05 19,23

72,5 13,09 17,73 21,19 13,21 17,07 19,37

78,5 13,02 17,78 21,48 13,15 17,12 19,56

84,5 12,96 17,87 21,83 13,10 17,20 19,81

90,5 12,93 17,99 22,23 13,07 17,33 20,10

96,5 12,91 18,16 22,69 13,07 17,49 20,44

102,5 12,92 18,35 23,17 13,09 17,70 20,84

108,5 12,95 18,57 23,67 13,16 17,96 21,28

114,5 13,01 18,82 24,17 13,26 18,27 21,78

120,5 13,09 19,09 24,67 13,40 18,63 22,32

126,5 13,19 19,38 25,14 13,58 19,04 22,91

132,5 13,32 19,68 25,58 13,81 19,51 23,54

138,5 13,46 20,00 25,99 14,07 20,01 24,21

144,5 13,63 20,32 26,36 14,37 20,55 24,89

150,5 13,82 20,65 26,69 14,69 21,12 25,57

156,5 14,02 20,99 26,99 15,03 21,69 26,25

162,5 14,25 21,33 27,26 15,37 22,25 26,89

168,5 14,49 21,66 27,51 15,72 22,79 27,50

174,5 14,72 22,00 27,74 16,05 23,28 28,04

180,5 15,01 22,33 27,95 16,35 23,73 28,51

186,5 15,29 22,65 28,15 16,63 24,11 28,90

192,5 15,58 22,96 28,34 16,87 24,41 29,20

198,5 15,86 23,27 28,52 17,06 24,65 29,42

204,5 16,15 23,56 28,71 17,22 24,81 29,56

210,5 16,43 23,84 28,89 17,33 24,90 29,63

216,5 16,70 24,11 29,08 17,40 24,95 29,67

222,5 16,95 24,36 29,28 17,45 24,96 29,70

228,5 17,18 24,59 29,50 17,47 24,96 29,74

234,5 17,37 24,81 29,75 17,49 24,97 29,83

240,0 17,50 25,00 30,00 17,50 25,00 30,00

* BP- Baixo peso, EP- Excesso de peso, OB- Obesidade.

112 Beck et al.

Rev. Bras.Cineantropom. Desempenho Hum. 2007;9(1):107-114

Passo 2 - Cálculo do IMC.

IMC (kg/m2) = Massa corporal

Estatura2

IMC (kg/m2) = 50 = 50 = 22,83 kg/m2

(1,48)2 2,19

Passo 3 – Após o cálculo do IMC (passo 2)

interpretar o valor no quadro 2 ou quadro 3. O quadro

2 sugere a classificação do IMC para sobrepeso e

obesidade, segundo idade e sexo, conforme Cole et

al.21 e, o quadro 3 apresenta uma referência brasileira

de IMC segundo Conde e Monteiro22.

Sugere-se a opção por um dos quadros abaixo,

tanto para interpretação quanto para o acompanhamento

das crianças e adolescentes.

IMC= 22,83 kg/m² Sobrepeso (classificação

conforme Cole et al.21)

IMC= 22,83 kg/m² Excesso de peso

(classificação conforme Conde e Monteiro22).

Passo 4 – Soma das dobras cutâneas tricipital

e subescapular

Σ2DC= DCTR + DCSE Σ2DC= 15 + 26 = 41

Por meio do somatório de DC, na figura 2, podese

constatar que esta adolescente encontra-se na faixa

considerada alta.

Passo 5 - Identificação do percentual de gordura.

Observando-se na figura 2, o %G aproximado desta

estudante é de 33,5%, considerado igualmente alto.

Peso de gordura = peso total x % de gordura

50 x 33,5% = 16,75kg

Passo 6 – Representação da Massa Corporal

Magra em percentual (%MCM) e quilogramas (kg).

%MCM= 100% - %G

%MCM= 100% - 33,5% % MCM= 67%

Peso de MCM= peso total - % gordura em kg

50 -16,75= 33,75kg

Passo 7 – Após a realização da medida da

circunferência de cintura (CC), interpreta-se o

resultado observando-se a idade e sexo do escolar,

considerando-se como risco elevado o valor da CC no

percentil maior ou igual a P9025.

Passo 8 - Encaminhamento da FAE: sugere-se que

a FAE fique arquivada em local apropriado e disponível

aos professores de outras disciplinas, permitindo o

desenvolvimento de abordagens interdisciplinares.

Figura 01: Percentual de gordura para meninos e

meninas segundo Lohman 23,24.

Quadro 4. Valores normativos para circunferência de

cintura (meninos).

Idade

(anos) P10 P25 P50 P75 P90

2 43,2 45,0 47,1 48,8 50,8

3 44,9 46,9 49,1 51,3 54,2

4 46,6 48,7 51,1 53,9 57,6

5 48,4 50,6 53,2 56,4 61,0

6 50,1 52,4 55,2 59,0 64,4

7 51,8 54,3 57,2 61,5 67,8

8 53,5 56,1 59,3 64,1 71,2

9 55,3 58,0 61,3 66,6 74,6

10 57,0 59,8 63,3 69,2 78,0

11 58,7 61,7 65,4 71,7 81,4

12 60,5 63,5 67,4 74,3 84,8

13 62,2 65,4 69,5 76,8 88,2

14 63,9 67,2 71,5 79,4 91,6

15 65,6 69,1 73,5 81,9 95,0

16 67,4 70,9 75,6 84,5 98,4

17 69,1 72,8 77,6 87,0 101,8

18 70,8 74,6 79,6 89,6 105,2

Fernandéz (2004)

Quadro 5. Valores normativos para circunferência de

cintura (meninas).

Idade

(anos) P10 P25 P50 P75 P90

2 43,8 45,0 47,1 49,5 52,2

3 45,4 46,7 49,1 51,9 55,3

4 46,9 48,4 51,1 54,3 58,3

5 48,5 50,1 53,0 56,7 61,4

6 50,1 51,8 55,0 59,1 64,4

7 51,6 53,5 56,9 61,5 67,5

8 53,2 55,2 58,9 63,9 70,5

9 54,8 56,9 60,8 66,3 73,6

10 56,3 58,6 62,8 68,7 76,6

11 57,9 60,3 64,8 71,1 79,7

12 59,5 62,0 66,7 73,5 82,7

13 61,0 63,7 68,7 75,9 85,8

14 62,6 65,4 70,6 78,3 88,8

15 64,2 67,1 72,6 80,7 91,9

16 65,7 68,8 74,6 83,1 94,9

17 67,3 70,5 76,5 85,5 98,0

18 68,9 72,2 78,5 87,9 101,0

Ficha antropométrica na escola: o que medir e para que medir? 113

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A implantação de uma sistemática avaliação

antropométrica na escola é de fundamental

importância, pois possibilita o acompanhamento

do crescimento e a detecção precoce de possíveis

fatores de risco para o desenvolvimento de doenças,

que atualmente tem início em idades cada vez mais

precoces.

Apesar dos contrastes regionais observados

no Brasil, acredita-se que o comprometimento dos

profissionais de educação física e o apoio pedagógico

da escola serão fatores determinantes para o sucesso

da implantação FAE.

A utilização da FAE torna-se efetiva no momento

em que além de oportunizar um acompanhamento

da evolução do crescimento e monitoramento da

desnutrição e/ou da obesidade dos alunos, possibilita

a realização de um trabalho interdisciplinar na escola,

enfatizando a importância de um estilo de vida ativo

para a melhoria da qualidade de vida.

Recomenda-se a realização das medidas

antropométricas ao início e ao final do ano letivo, para

que se possa traçar a evolução anual dos alunos, mas

jamais utilizar os dados para atribuição de notas ou

conceitos.

O relatório dos resultados para a família do

escolar, também se constitui de um passo importante.

O mesmo poderá ser por escrito e entregue ao próprio

aluno, ou conforme a necessidade, também em

conversa com os pais. Caso a escola possua uma

página na internet cada aluno poderá receber uma

senha e ter acesso aos seus resultados.

Cabe salientar, que as informações coletadas

pelos profissionais de educação física não tem

como objetivo apenas diagnosticar distúrbios de

crescimento. Estas servem também como um

indicador para identificação de fatores ambientais, que

possivelmente, possam induzir ou estar induzindo a

alguma disfunção relativa à saúde26.

Por fim, acredita-se que a garantia do êxito desta

proposta depende da sua inclusão como conteúdo

da educação física escolar, contemplada no Projeto

Político Pedagógico (PPP) da escola.

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Endereço para correspondência

Carmem Cristina Beck Recebido em 29/09/06

Rua Jair Silva, 50. Apto 404, Centro Revisado em 11/11/06

CEP 88020-715 Florianópolis, SC - Brasil Aprovado em 15/12/06

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Caso nescessite copiar este artigo não esqueça da Bibliografia!!!
Abraços,
Profº Mauro Mota

terça-feira, 24 de agosto de 2010

ANABOLIZANTES ESTERÓIDES

Não existe fórmula mágica em academia ou escola para ficar “fortão” do dia para a noite, esquece! Não adianta passar o dia todo na academia achando que vai ficar “saradão” à noite. Ficar fortão e saradão demora. A pessoa que deseja um corpo cheio de músculos aparentes precisa primeiramente passar com o médico endocrinologista para saber se o seu biotipo é capaz de chegar de maneira natural ao resultado que você deseja. Pode até levar uma foto com o corpo de alguém que “você quer ser”, aí o seu médico vai avaliar se o seu biotipo é capaz de chegar ao que você quer. Ele vai avaliar um monte de “coisinhas” em você, até as suas fibras musculares (tipo1A, 2A e 2B), isto pode sair caro!

Este mesmo critério de avaliação deve ser feito para aquelas pessoas que mesmo não consultando um médico querem ficar fortão. Aí é onde entra os malditos ANABOLIZANTES ESTERÓIDES.

***ANTES DE MAIS NADA DEIXO CLARO QUE NÃO ESTOU FAZENDO APOLOGIA AO USO DE HORMÔNIOS ESTRÓGENOS(vem de fora, é ingerido) E ESTERÓIDES!!!***

Normalmente quando se quer ficar saradão ou saradona a galera vai logo usando os produtos milagrosos que é vendido nas lojas onde o vendedor parece o Exterminador do Futuro, a embalagem tem sempre a figura de um corpo de uma pessoa que nunca comeu um pedaço de pizza e na bula (quando tem) vem escrito um monte de coisas que você não entende. O pior é que é caro! E pior ainda, você paga! Então aí vão algumas dicas de produtos que devem passar muito, mas muito longe do seu corpo. Agora estarei apenas escrevendo sobre produtos veterinários:



EQUIFORTE: É o campeão de vendas para os que desejam ficar forte igual um cavalo, o ser humano que toma isso é um burro! Com todo respeito ao burro, mas um indivíduo NÃO PODE tomar um medicamento que tem suas concentrações especificadas para um animal de grande porte, isto quer dizer, animais acima de 300 quilos. EQUIFORTE é para cavalo e não para humanos.



IVOMEC: NUNCA TOME ISSO!!!! ISTO É PARA MATAR SARNA!!!! Se você acha que eu estou mentindo pede a bula deste medicamento! Vi na internet que tem um povo tomando isso jurando que ficou com o corpo definido. Só se a definição do corpo tem relação com os problemas gastrointestinais que o individuo já adquiriu! O IVOMEC também serve para matar outros parasitas em animais. Consulte um médico veterinário.



VITA GOLD: Este é ótimo para pássaros, animais depois da cria entre outros. Caso você não queira ficar piando, cantando igual um canário ou tenha acabado de dar a luz a 8 filhotinhos não tome isso.



PULMONIL: Ótimo para pássaros e muito bom para quem quer ficar com tremedeiras ou ter problemas no coração. Isto é um vaso dilatador! Se você não sabe o que é um vaso dilatador então nem chega perto disso. E se souber não toma também.



POTENAY B12: É complexo vitamínico! Só que é feito para animais, foi elaborado pensando nas características de um cachorro, gato, cabra entre outros. Não foi feito pensando em humanos. Caso você necessite de uma vitamina coma frutas, verduras e tenha uma alimentação saudável.



Agora que você já sabe não vale mais a desculpa de tomei porque achei que dava certo. Tenha força de vontade e faça as coisas certas, você sabe o que é certo então faça!

Cuide bem do seu fígado, apesar de ser dividido em três partes você só tem um!

Abraços,

Profº Mauro Mota

sábado, 21 de agosto de 2010

Medidas, testes e avaliações.

Sempre escuto as pessoas falando de medidas, testes e avaliações em determinados esportes e exercícios, então resolvi dar umas dicas sobre esses assuntos.

- O que significa testar?
É um instrumento, procedimento ou técnica usada para se obter uma informação.

- O que significa medir?
Associar um numero a determinadas características (Propriedades) de um ser.

- O que é avaliação?
Realizar um julgamento de valor sobre a medida, interpretá-la em função do objetivo que determinou a realização desta medida.
(Kiss, 2003)

- Quando avaliar?
Antes, durante e depois.

Tipos de avaliação:

Diagnóstica: Uma analise dos pontos fortes e fracos do individuo.
Somativa: Somas de todas as avaliações realizadas ao fim de um planejamento.
Formativa: Vai informar sobre o progresso dos indivíduos durante o processo de ensino/aprendizagem.
(Marins & Giannichi, 2003)

Lembrete:

Não adianta ficar só avaliando, o importante é ter uma aula interessante, professores que marquem de maneira positiva os alunos. Ensinar = signare, que significa marcar, então eu pergunto: Como você quer marcar suas aulas e seus alunos? Não adianta ficar só com um adpômetro em uma mão e uma fita métrica na outra. Faça uma aula descente. Se o estimulo for ruim a resposta será ruim também!

Podemos avaliar:

- Agilidade
- Potência muscular
- Resistência cardiorrespiratória
- Força e resistência muscular
- Composição corporal
- Flexibilidade
- Velocidade
- Equilíbrio

Para validar um teste não podemos usar “gambiarras” senão não seremos profissionais e sim improvisadores profissionais, nada de usar palmo para avaliar altura, use uma trena. Os principais critérios de avaliação segundo o Profº Gerson Leite são:
- Validade
- Fidedignidade/Reprodutibilidade
- Viabilidade
- Padronização
- Especificidade
- Aplicação a situação prática.

Espero que estas dicas ajudem.
Até a próxima.
Profº Mauro Mota

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Artes Marciais nas Escolas

O primeiro passo para colocar um programa de Artes Marciais em qualquer escola deve ser feito pela coordenação pedagógica. Qual será a sua serventia? Se a resposta for dinheiro ou a direção mandou ou a outra escola concorrente também tem, corre-se o sério risco de colocar um profissional que não esteja apto para ensinar ou poderá ensinar qualquer coisa que não tem fundamentos com a escola. Lembre-se que nenhum pai vai querer ver o seu filho batendo em tudo ou cheio de hematomas. Os primeiros passos da coordenação pedagógica com o professor devem ser:
- O que será ensinado?
- Como será ensinado?
- Temos material para isto?
- Qual a justificativa para ter esta aula na escola? Isto vai acrescentar algo na formação do aluno?
- O profissional tem as qualificações para dar aula ou ele é apenas um atleta/competidor?
Respondendo as perguntas acima, o que será ensinado e como será dependerá da didática do professor, não encontrei nenhuma arte marcial que não deva ser ensinada dentro de uma escola, afinal, no mínimo estaremos repassando cultura, histórias, desenvolvimento motor, respeito ao próximo, entre tantas outras. O material e espaço físico é de responsabilidade da escola e não do professor. Quando se contrata um professor de sala de aula não é pedido para ele que ele traga carteiras para os alunos sentarem, então o tatame, aparadores, luvas e outros deve ser providenciadas pela escola. LUGARES ADAPTADOS: Ter muito cuidado com a segurança dos alunos e os demais frequentadores da escola, tem que ter janela(s), espaço para todos e o professor não deve ficar no "espacinho" que sobra. A justificativa, é toda sua! Tenho certeza que tudo o que fazemos tem um motivo, mesmo que ainda não sabemos qual é.
Que a sua vida vá bem!
Profº Mauro
Puma Defesa Pessoal